Divagações noturnas
Entre o céu e mar,
A mesma cor, tom
Entre a tarde e a
manhã
Que diferença me
apraz?
As noites
essas,
-vagueio-as
por entre lençóis frios e amarotados
Gemendo
solitariamente sob um deito despido
-
amor? Qual amor?
Nada, nem ninguém…
amor talvez seja,
talvez fora
uma ardilosa forma
de convénio humano
para agrado de um
punhado de solitários
que como eu, sonham,
anseiam
por ecos doces de
vozes
das paredes despidas
e gasta do tempo
de um cérebro
empobrecido de emoções!
Entre a imobilidade
da morte,
E o arrastar das
perna penosamente pela vida,
-que
mal fiz eu? Antes que me levem…
Onde param os
prazeres momentâneos
E arrependimentos
ordinários
De nem um nome
saber?
-
mesmo assim acácia floriu..
Como se veramente eu
não contasse para nada!
As ruas de Lisboa
por onde me arrasto
Apinhadas de gente
que se cruza,
Que se empurra
indiferente, que nãos e fala
Não se conhece,
apenas segue como cordeiros
O movimento
desordenado do rebanho…
O banho? Desperdício
absoluto de água,
Que nem as ideias
suicidas me lava…
Ainda me irei afogar
nos pensamentos distantes,
E na ausência do teu
nome ou na memória
Das tuas formas,
esquecidas no passado…
Sírio de Andrade®
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