Soneto do desapego
Caí por terra, em
tudo que nela existe,
Repousa a minha alma
em teus braços,
Amargura sofrida,
murcha, verde e triste,
Tela desenhada a
toscos e grossos traços!
Ai de mim, que minha
voz projeto em riste,
Noites frias,
escurecem tudo o que existe,
Nada do mundo me
satisfaz, profundo,
Nem saudade, todos
prazeres do mundo!
A nudez em que
gritas, gemes e murmuras,
Banha tuas curvas a
doce luz da aurora,
Enquanto vagueio o
espirito, ruas escuras,
Ausenta-te de mim,
dor que arde na alma,
Não te prendas no
amor ou paixão do agora,
A morte não clama a
quem espera na calma!
Alberto Cuddel®
In: Os dias do Fim
XXXIV
A morte não clama a quem espera na calma!
ResponderExcluirQuanta profunfudidade em uma única frase...
Grato pela leitura amiga...
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