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segunda-feira, 6 de julho de 2015

A Bela e a Fera - Capítulo VIII

CAPÍTULO VIII

Srta. Laura? — chamou Kelly da sala. — O que é isto? Laura enxugou as mãos numa toalha de papel e atravessou a sala de jantar, parando ao ver a pilha de caixas amarradas com fita verde.
— Bem, querida, por que não descobrimos juntas? Parando ao lado da mesinha de café, viu o cartão preso na caixa maior. Era endereçado a ela. Gostaria que mostrasse mais dos seus talentos escondidos. Junto às caixas estava um dos esboços que fizera de Kelly, com um bilhete. É lindo, você conseguiu retratá-la perfeitamente. Richard.
— De quem é? — perguntou a garotinha, saltitando em volta das caixas, na expectativa de ganhar um presente.
— O bilhete diz que a caixa de cima é sua. — Soltando as fitas, entregou a caixa à menina, que se sentou no tapete para abri-la. Dentro havia lápis de cor, purpurina, guache, lápis de cera, aquarelas e papéis. — É do seu pai — disse Laura, e Kelly ergueu o olhar, sorrindo.
Laura também sorriu. Richard tinha pedido desculpas à filha do único modo possível no momento. Kelly perguntou se podia usá-los, e Laura assentiu, dirigindo-se à sala de jantar, onde colocou uma toalha velha sobre a mesa, para protegê-la das tintas. Em seguida, entregou à menina uma xícara de água, explicando como poderia pintar.
Depois de ter acomodado Kelly, voltou à sala de estar e olhou as caixas. Com um suspiro, abriu a primeira e encontrou tudo que precisaria para desenhar, além de papéis especiais. A segunda tinha aquarelas, uma palheta e pincéis, a outra tinha um cavalete e um banquinho, além de um bilhete. O quarto amarelo, na ala oeste, é o que tem a melhor luminosi¬dade, além da linda vista do rio e da cidade.
As lágrimas encheram os olhos de Laura, que sentiu a gar¬ganta apertada. Ninguém nunca a elogiara por outra qualidade que não fosse sua beleza. Mesmo tendo vários desenhos espa¬lhados pelas paredes do apartamento, Paul nunca notara, nem fizera algum comentário. Ela adorava desenhar e pintar, mas desistira disso por coisas que julgara ser mais importantes, na época. Havia uma sensação de liberdade que apenas a arte podia lhe dar. Criar algo do nada era como uma mágica po¬derosa. E Richard lhe dera tudo isso novamente.
— Também ganhou presentes — disse Kelly, aparecendo ao lado dela e espiando as caixas.
Laura acariciou os cabelos escuros da menina e sorriu.
— Não é lindo? Teremos de arranjar um lugar especial para trabalhar.
Kelly concordou, voltando para a sala de jantar para terminar o que estava fazendo. Laura sentou-se no sofá e pegou o estojo com os lápis, imaginando o que desenharia em primeiro lugar. Queria agradecer, mas sabia que Richard não iria recebê-la. Além disso, tinha muito que fazer. Depois que Kelly terminou o primeiro desenho, pregou-o orgulhosamente na geladeira, antes de levá-la para o banho. Não foi fácil acalmar a menina, que queria expe¬rimentar tudo, mas depois do banho e de uma história, conseguiu colocá-la na cama. A caixa com os presentes ficou na mesinha, ao lado da cama, como se isso deixasse o pai mais próximo.
Deixando a porta de Kelly entreaberta, Laura parou no cor¬redor, olhando para a escada que levava ao andar de cima, imaginando o que Richard estaria fazendo. Não falara com ele desde a noite anterior. Tampouco ele a chamara pelo interfone, nem aparecera nas sombras. Era como se tivesse revelado coi¬sas demais e agora quisesse manter distância. Ainda assim, lhe dera um presente maravilhoso. Era um homem complicado, decidiu, e depois de tomar banho, vestiu o roupão e desceu ansiosa para experimentar os novos lápis e crayons.
Quando Richard ouviu Laura andando no andar de baixo, entrou no quarto de Kelly, impaciente para estar com a filha. Sentando-se na cadeira de balanço, observou-a enquanto dor¬mia. O luar que se infiltrava através das cortinas banhava a menina com um brilho prateado.
Serabi mais parecia a rainha da selva, deitada no fundo da cama, enroscada nos cobertores.
— Papai — murmurou Kelly, como se percebesse que ele estava ali. Richard estendeu a mão, que ela segurou, meio adormecida. — Obrigada pelo presente — disse, sem abrir os olhos.
— Fico feliz que tenha gostado princesa — sussurrou ele.
— A Srta. Laura também gostou do dela — disse Kelly, bocejando, antes de voltar a adormecer.
Uma onda de alegria o envolveu. Queria tanto ver Laura, falar com ela... Os momentos que passava ao lado dela eram os únicos em que se sentia humano outra vez, em que as ci¬catrizes pareciam não importar. Mas, esperando pelo momento certo, pegou o livro no criado mudo, abriu na página marcada e começou a ler para Kelly. Meio adormecida, ela sorriu. E aquele sorriso fez Richard sentir-se como um rei.
Richard amaldiçoou o tamanho da casa e entrou na biblio¬teca, parando ao ver que estava vazia. Laura não estava no quarto, nem com Kelly. Deixando a biblioteca, foi para a ala oeste da casa, um lugar pouco usado, construído para abrigar hóspedes e empregados. Subindo a escada, começou a procu¬rá-la, já entrando em pânico. E se estivesse machucada, se tivesse caído num dos corredores escuros? Começou a chamá-la, baixinho, e quando não obteve resposta, abriu uma porta atrás da outra, tentando encontrá-la.
— Laura!
— Estou aqui!
— Aqui, onde? Que droga de lugar! Mais parece um labirinto!
 A risada dela era baixa e suave, e parecia encher o ar quando ele abriu a porta.
— Disse que eu podia usar o quarto amarelo, não disse? Sentada numa cadeira, estava de costas para ele, com um cavalete a sua frente e o pincel sobre a folha de papel presa a um painel.
— Não disse?
— Sim, agora me lembro.
— Não costuma andar muito pela casa, não é?
— Não por aqui. Meu Deus, eu me senti um tolo.
— Estava preocupado?
— Sim. Este lugar é muito grande e antigo, e...
— E sempre muito escuro — completou ela, virando-se leve¬mente, mas sem fitá-lo. Ela olhava para o chão, e Richard percebeu que fazia isso por ele, embora houvesse pouca luz no aposento. As cortinas estavam afastadas e o luar entrava pelas janelas.
— Está pintando no escuro, Laura.
— Você é mesmo esperto, Blackthorne.
Ele riu, balançando a cabeça e aproximando-se.
Laura sentiu-o mover-se atrás dela, sentiu o perfume da loção pós-barba, e tentou imaginar como seus sentidos haviam se tornado tão apurados. O calor do corpo dele parecia tocar-lhe a pele, e subitamente ficou consciente do roupão fino e do pijama que usava. Queria vê-lo, não por curiosidade, mas para que ele confiasse nela o suficiente para deixar que se aproxi¬masse. Tudo que conhecia de Richard era a imagem que vira nas fotos, tiradas cinco anos antes.
— Não é uma vista incrível? — perguntou, fazendo um gesto na direção da cidade abaixo deles, brilhando ao luar. A casa de Richard ficava no alto, pairando sobre a vila como o castelo de um ogro, que aterrorizava a todos. Não era de admirar que tivessem medo dele, admitiu Laura.
— Achei que você gostaria.
Ela respirou fundo, sentindo-o mais perto.
— Mas pintar no escuro?
— Era a imagem que eu queria captar. A ilha adormecida — disse ela, assustando-se quando ele colocou as mãos nas costas da cadeira.
Ele observou a pintura semi-acabada.
— Bem, você conseguiu.
A voz dele, tão perto do seu ouvido, suave e gentil, era capaz de prendê-lo em um encantamento poderoso.
— As nuvens continuam a se mexer, encobrindo tudo.
— Há uma tempestade tropical na costa da Flórida. Pode ser que tenhamos algum efeito dela por aqui.
— A Mãe Natureza às vezes nos surpreende, mas aqui estamos seguros. A casa já resistiu a mais de vinte anos de tempestades.
Um longo silêncio pairou entre eles, quebrado apenas pela respiração de ambos.
— Obrigada pelas tintas, por tudo. Eu adorei.
— Por nada. Você tem um talento extraordinário.
— Obrigada — murmurou ela, comovida com aquelas palavras.
— Então, Rainha da Beleza, foi esse o talento que mostrou nos concursos?
Ela riu não se importando pelo modo como a chamara.
— Não, não foi.
— E não vai me dizer qual foi não é? — provocou Richard. 
Ela sacudiu a cabeça, negando, e ele continuou:
— Gosto de desafios. — E depois de uma pausa, disse, bai¬xinho: — Seu perfume é gostoso.
— O seu também — sussurrou ela, mas quando virou o rosto ele se afastou depressa na direção da janela.
Richard ficou de costas, as mãos apoiadas no batente da janela alta. O luar brilhava nos cabelos escuros, e mais uma vez Laura admirou-se ao ver como era alto e forte. Devia ter mais de um metro e noventa e os ombros largos bloqueavam toda a luz.
— Você é quase um gigante, Richard.
Ele riu, mas o som pareceu estranho no silêncio da noite.
— Tem medo de mim?
— Não vê como estou tremendo? Sabe, não seria tão mis¬terioso para as pessoas da cidade se não se escondesse deles.
— Eles também não se aproximam.
— Não é de admirar. Com a muralha ao redor do castelo e toda aquela floresta de carvalhos à volta da propriedade... Fran¬camente, Richard, por que não planta flores? As velhas árvores são bonitas, mas ficam um tanto tenebrosas ao entardecer e...
— Laura...
— Sim?
— Está fugindo do assunto. — Ele baixou os braços e vi¬rou-se, ficando de frente para ela, as costas apoiadas na janela. O coração de Laura batia disparado.
Podia ver o rosto dele. O lado direito, sem cicatrizes, e era muito bonito, os cabelos um tanto longos, descendo até a gola da camisa imaculadamente branca. Como sempre, usava calça preta e camisa branca.
— Você mesmo corta seus cabelos?
Ele passou os dedos pelos fios escuros e riu baixinho.
— Acho que dá para perceber, mesmo no escuro.
— Posso cortar para você, se quiser. Costumava cortar os cabelos dos meus irmãos e irmãs.
— Não, obrigado. Ninguém vê, mesmo.
— Não é essa a questão. — Laura levantou-se. — Você vê Richard... — Ela parou.
— O que foi?
— Não podemos continuar assim. Esconder-se nas sombras não faz bem a nenhum de nós.
— É a sua opinião.
— O que ganha com isso?
— Minha privacidade, minha dignidade. Meu amor próprio. 
Ela sacudiu a cabeça.
— Não é verdade. Apenas mantém viva as feridas que ela causou. Nem todos são como Andréa.
— Faz muito tempo que superei o que aconteceu com ela.
— Acredito. Mas ela deixou uma marca profunda e não gosto disso.
— Que pena — disparou ele.
Laura sentiu as defesas dele se erguerem como uma onda gigantesca.
— Então é assim? Pretende ficar escondido até transfor¬mar-se numa fera selvagem?
—- Não force a situação. Sabe que não é assim.
— Ora, Blackthorne, pare com isso. Sei quem você é não como aparenta ser. — Ela deu um passo à frente. — Deixe-me vê-lo.
— Não.
— Você me deu o presente mais precioso que já recebi — disse, apontando as tintas, telas e pincéis. — Você me viu como sou. Não a beleza que ganhou os concursos. Mas não me deixa lhe dar nada.
Ele sabia o que Laura oferecia. Era a promessa de não rejeitá-lo, de não sentir repulsa. Mas não podia se arriscar. Não agora, quando começava a se sentir como um homem outra vez, não quando ela o fazia desejar ir para a luz, quando queria acima de tudo sentir o perfume dela.
— Você me deu uma chance com minha filha.
— E isso é suficiente? 
Ele não respondeu.
— É?
— Não! — ele quase gritou. — Não, desde que você entrou em minha casa.
Laura respirou fundo, dando um passo à frente.
Richard fitou-a da cabeça aos pés, o rosto lindo iluminado pelo luar, os longos cabelos brilhantes sobre os ombros, o corpo escondido pelo roupão fino e pelo pijama.
— Mas é assim que tem que ser.
— Não, não tem. Não comigo.
Ele fechou os olhos, inclinando a cabeça para trás. Richard abria e fechava os punhos, enquanto o perfume de Laura o envolvia, enfraquecendo seu autocontrole.
— Tenho que ir. Agora. 
Ela segurou-o pelo braço.
— Deixe-me ir, mulher.
O calor dela parecia atravessar sua roupa.
— Por quê?
Ele endireitou a cabeça e fitou-a. Laura estava a poucos centímetros dele. O desejo o envolveu, vivo e intenso, e ficou difícil respirar. Engolindo em seco, confessou:
— Porque se tocá-la não poderei parar.
O coração de Laura acelerou e ela ergueu a mão, tocando-o no rosto, acariciando de leve o lado sem cicatrizes. Ele se en¬colheu, e Laura sentiu toda a dor do isolamento, da solidão.
— Oh, Laura — disse Richard, sem fôlego, aspirando o per¬fume da mão macia. — Não posso. Vou enlouquecer.
— Não, não vai.
— Sim — murmurou ele, segurando a mão macia e beijando a palma, os dedos. Todo o corpo de Richard tremia.
Aquele homem forte, que sobrevivera à tragédia, que se escondera nas sombras, tremia por causa dela. E isso fazia com que se sentisse especial, querida. Naquele momento, Laura soube que seu coração estava perdido, e seu corpo também desejava a mesma coisa.
Deslizando os dedos por entre os cabelos escuros, puxou-o para mais perto.
— Se ficar louco, por favor, me leve com você.
Num segundo ele aproximou os lábios dos dela, devorando, invadindo, ardente de desejo e paixão. Ele a desejava mais do que qualquer coisa, mais até do que a vontade de ficar sozinho. Laura abriu os lábios e a língua exigente penetrou mais fundo.
Richard não conseguia respirar, nem pensar, só sentir, de¬pois de um longo tempo em que não sentira nada além da enorme solidão e desolação. Laura era um raio de sol na es¬curidão que a vida dele se tornara, uma tentação à qual não podia resistir, não quando estava em seus braços, não quando ela o beijava loucamente.
O braço másculo circundou-lhe a cintura, apertando-a, fa¬zendo com que sentisse a excitação dele, mostrando-lhe o que um simples beijo podia provocar. Estava quase envergonhado ao ver como ela o excitava. Afastando-se um pouco, para res¬pirar e fitá-la nos olhos, murmurou:
— Não devemos.
— É tarde demais... — gemeu Laura, antes de beijá-lo outra vez, apertando ainda mais o corpo contra o dele, acomodando-se entre as coxas fortes. A mão delicada tocou-lhe o pescoço e o ombro direito, descendo para o peito.
Ele gemeu, deslizando a mão até os quadris arredondados e puxando-a para si. O calor de Laura atravessava as roupas, e Richard enrijeceu quando ela tocou o ombro esquerdo, cheio de cicatrizes, escondido sob a seda, e retirou sua mão, beijando cada dedo. Ele quase ficou decepcionado, mas ela continuava a acari¬ciá-lo com a outra mão, e Richard percebeu que não queria ma¬goá-lo. Beijando-a com mais paixão, abriu o cinto do roupão, e tocou o seio macio, sentindo o mamilo enrijecer. Ele acariciou-a, fazendo-a gemer. E então ela desabotoou a blusa do pijama, e ele ajudou-a, puxando o tecido pelos ombros até expô-la total¬mente. O olhar dele percorreu os seios nus e, abaixando a cabeça, tomou entre os lábios o mamilo ereto, sugando, lambendo.
Ela inclinou o corpo para trás, numa oferta silenciosa, enter¬rando os dedos nos ombros dele. Ele mordia, sugava, traçando com a língua pequenos círculos ao redor dos mamilos, sentindo o gosto de limão e mel, admirando os seios perfeitos à luz da lua. Ela gritou, um grito de pura paixão, e o desejo de Richard cresceu.
Queria lhe dar prazer, queria vê-la gritando no momento do clímax.
Ele a desejava.
— Preciso tocar você. E tão macia e quente. Tão doce... — Ele estremeceu quando os dedos de Laura lhe acariciaram o mamilo. Deixando-se cair sobre o tapete, puxou-a contra si.
Laura abraçou-o, o corpo dele apenas um vulto contra o luar, enquanto ele a beijava com uma paixão selvagem. Ele queria mais, e ela estava pronta para lhe dar tudo que desejasse.
— Se quiser parar, diga — sussurrou ele, afastando os lábios dos dela apenas alguns centímetros.
Laura segurou a mão dele, que estava sobre o seio macio.
— Se parar agora bato em você.
Ele riu, beijando-a novamente, deslizando os lábios pelo pescoço até chegar aos seios, beijando cada um deles antes de continuar descendo. Os músculos dela se enrijeceram de antecipação quando a mão dele puxou o elástico da calça de pijama que ela vestia.
Os dedos de Richard encontraram a pele quente e úmida, entre as coxas, e então ele introduziu um dedo, devagar, na fenda macia.
Laura estremeceu, agarrando-se às mangas da camisa dele, puxando-o para si. Ele não parou, acariciando, penetrando mais fundo, levando-a até perto do clímax. Ela ondulava, gemia, e ele saboreava cada som, cada movimento.
Era uma criatura selvagem, dizendo a ele como era bom, como o desejava, como queria mais e mais.
— Vamos minha bela, quero que se abra para mim — sus¬surrou ele, os lábios junto ao ouvido de Laura.
— Sou sua — ela gemeu, guiando a mão dele.
— Ainda não.
Num minuto ele se afastava, puxava a calça do pijama de Laura e afastava-lhe os joelhos. Uma das mãos fortes deslizou sob os quadris dela, erguendo-a, a boca cobrindo a carne macia, os dedos mergulhando mais fundo. Laura gritou, movendo os qua¬dris, e um turbilhão de desejo a envolveu. A língua dele se movia, provocando, excitando, fazendo o desejo crescer mais e mais.
Richard podia sentir os músculos delicados enrijecerem, o corpo dela pedindo desesperadamente pelo clímax, e adorou cada sensação. Queria estar dentro dela. Mas nunca poderia ser assim. Não podia fazer amor com ela no escuro, como uma criatura das trevas. Laura merecia muito mais de um homem. Mas aquilo era tudo que ele podia lhe dar.
Assim, sugou e lambeu o botão pulsante, os dedos mergu¬lhando mais fundo, até que ela explodiu de prazer, gritando. A intensa onda de prazer que sacudiu aquele corpo delicado atingiu-o intensamente, ameaçando seu autocontrole.
Laura apenas gemeu baixinho:
— Acho que vou morrer...
Ela mal conseguiu respirar, pois Richard beijou-a novamen¬te, ainda acariciando-a. Num impulso, ela passou os braços à volta do pescoço forte, beijando-o, ofegante, ignorando a tensão do corpo dele e o fato de que não queria que o tocasse.
— Quero você...
— Não.
— Sim! — Ela abriu um botão da camisa, deslizando a mão para dentro.
— Não. — Ele tirou a mão. — Não vou fazer amor com você no escuro. Se o fizer, vou querer luzes à nossa volta.
— Então acenda as luzes, agora. 
Silêncio.
— Você não quer vir para a luz? 
Ele não respondeu.
— Entendo. — Ela respirou fundo. — Nem por mim? Nem agora?
— Não.
— Estou cansada de ouvir não, Richard — disse ela, tentando ficar calma enquanto seu corpo ainda tremia de prazer e a mão dele ainda a tocava.
— Essa é a única resposta que posso lhe dar. 
Ela empurrou as mãos dele e afastou-se.
— Pensei que confiasse em mim. Mas aparentemente é im¬possível. — Ela levantou-se, sem se importar em procurar a calça do pijama no escuro, e saiu correndo do quarto.
Richard sentou-se, enterrando a cabeça nas mãos, e em se¬guida passando os dedos por entre os cabelos. Por que de re¬pente parecia mais escuro do que antes?

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