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sexta-feira, 10 de julho de 2015

A Bela e a Fera - Capítulo Final

CAPÍTULO FINAL

O furacão foi chamado de "Helen" e era devastador. As ondas erguiam-se a mais de cinco metros de altura, arrebentando na praia e subindo para o vilarejo. Era como se a natureza punisse aqueles que ousavam viver tão perto do oceano.
Laura admirava aquela força, mas sabia que seria diferente se não estivesse segura no castelo. A chuva estava cada vez mais forte e a previsão era de que iria piorar. Assim, não desviava a atenção das notícias do rádio. As portas e janelas balançavam com o vento. Os vidros tinham sido reforçados e protegidos. Do lado de fora, sacos de areia alinhavam-se junto às portas do salão. Do lado de dentro, Laura colocara toalhas para absorver a água que o vento jogava por baixo das portas. Aquele era o único lugar da casa que os preocupava.
Kelly via tevê e brincava com as bonecas, enquanto Richard percorria a casa, checando tudo, verificando o telhado para garantir que não haveria vazamentos.
Laura entrou no quarto amarelo, sem acender as luzes, e como a energia já tivesse ameaçado acabar várias vezes, acendeu a lanterna. Olhando pela janela, observou a cidade deserta. A última balsa partira no dia anterior, levando todos, exceto os policiais.
Um relâmpago clareou o céu, iluminando a cidadezinha abai¬xo. Meu Deus pensou Laura.
— Richard! — chamou. — Venha depressa. 
Ele entrou correndo no quarto.
— Não devia ficar perto da janela — disse, aproximando-se. — Não está protegida.
Ela ainda olhava atentamente para a vila.
— O vento vem do outro lado — observou, olhando-o por cima do ombro. — Mas ainda há gente lá embaixo.
— O quê? — Ele correu para a janela.
— A cidade está inundada. Quando o relâmpago clareou tudo, vi os policiais tentando colocá-los em segurança. — Ela apontou, mas não era possível ver nada no escuro. — Preci¬samos fazer alguma coisa.
— Pensei que todos tivessem ido para o continente.
A cada furacão, durante os últimos cinco anos, a ilha era com-pletamente evacuada, com exceção dos policiais. E dele próprio. Richard não podia ficar de braços cruzados, na segurança do cas¬telo, vendo-os lutar contra a tormenta. Tirando do bolso o rádio que usava para se comunicar com Dewey, explicou-lhe a situação.
— Pegue a picape. Ainda tem aquele rádio para comunicar-se com a polícia?
— Sim. E ouvi que a casa da Sra. Demmer está debaixo d'água, e a enchente já chegou à Rua Magnólia.
— Então precisamos ser rápidos. Chame os policiais.
— Certo. Vou buscá-los.
Richard guardou o rádio e virou-se para Laura.
— Venha. Precisamos de travesseiros e cobertores. — Ele saiu do quarto, caminhando para a escada. — E alguns me¬dicamentos. Faça café, também. — Ele parou, virando-se para fitá-la. — Ainda temos comida para mais uns dias?
— Sim, e posso fazer com que dure bastante.
— Que bom. Não tenho idéia de quantas pessoas estão lá. — Ele continuou a descer a escada. — Eu me sinto um tolo por não ter pensado nisso.
— Nem poderia. Pensávamos que todos tivessem partido.
— Isto aqui vai ficar uma confusão por uns dois dias.
— Querido, você nunca teve que manter um bode na sua cozinha, tentando evitar que comesse as melhores toalhas de mesa de sua mãe.
Laura passou por ele, dirigindo-se para a cozinha. Ele riu baixinho.
— Um bode, Laura? O que o pessoal dos concursos diria, se soubessem?
— Acho que pegariam de volta as minhas coroas. — Ela parou, virando-se e beijando-o na boca. — E acha que eu me importaria?
Ele sorriu, dando um tapinha nas nádegas firmes. Ela olhou-o intensamente antes de entrar na cozinha, acendendo as luzes.
— Há cobertores e travesseiros no armário lá em cima. E mais alguns no meu quarto.
— Talvez haja mais alguns na biblioteca — disse Laura, começando a fazer sanduíches.
Richard foi buscar lanternas e velas. Não tinha coragem de dizer a ela que quando as pessoas chegassem cuidaria delas sozinha.
Laura serviu o café olhando para Lisa Tolar, uma jovem adorável que chegara à ilha com o marido, para passar a lua-de-mel. Não tinha sido uma boa escolha, pensou. Mas pelo menos teriam algo diferente para contar aos filhos. Lisa logo começou a ajudar, assim como o marido, um jovem oficial da Marinha, servindo café e bebidas, ajustando o vídeo e acal¬mando a todos. No chão, Kelly brincava com a única criança do grupo, Christhopher Austi, um garotinho de cabelos ruivos. Os pais sentavam-se num sofá próximo, enquanto as crianças coloriam uma revista. Havia mais três pessoas, incluindo os dois policiais, Andrew e Mark, que saíam periodicamente para checar em volta da casa, embora não houvesse, de fato, ne¬cessidade, uma vez que a ilha estava deserta e os poucos que haviam restado se encontravam no castelo.
As pessoas se dividiam entre o salão, a sala de jantar e a cozinha. Com exceção de Richard.
Era a oportunidade que ele precisava. Tinha aberto a casa para eles, e por certo não zombariam dele. Não na frente de Kelly. Ninguém seria tão insensível.
Mas Laura estava tensa, imaginando por que ele demo¬rava tanto.
— Onde está o Sr. Blackthorne? — perguntou Mark Lindsey, o policial.
Laura deu de ombros.
— Em algum lugar da casa.
— Você já o viu?
— É claro.
— E como ele é?
Kelly ergueu o olhar, fitando os dois.
— Bonito e muito alto — respondeu Laura, aproximando-se e enchendo de café a xícara de Mark. — Tente não ser rude, policial Lindsey. Ele é um homem como qualquer outro. Aliás, um homem que abriu a própria casa para acolhê-los.
Ele corou, tomando um gole do café. Então Kelly largou os lápis de cor e levantou-se, indo até o corredor e depois para a escada. Laura ouviu a voz dela e o sussurro de Richard. Kelly entrou correndo e parou.
— Aqui está ele — disse, olhando por sobre o ombro. Mas Richard não apareceu.
Kelly voltou para as sombras e poucos minutos depois re¬tornava, puxando Richard pela mão e trazendo-o para a cla¬ridade. Richard olhava para a garotinha, tão emocionado com esse gesto que não conseguia falar. Respirou fundo e ergueu a cabeça, deixando que todos vissem o rosto da fera.
Laura deixou a garrafa na mesa e foi até ele, ficando ao seu lado e segurando sua mão forte. Juntos esperavam a demons¬tração de horror ou de piedade. Mas nada disso aconteceu.
— Olá, Sr. Blackthorne — disse Mark, aproximando-se de¬vagar. — É um prazer conhecê-lo finalmente. — Os dois aper¬taram-se as mãos e Mark apresentou o parceiro e todos os outros. Richard sorriu, imaginando quando começaria. Mas nada aconteceu.
E quando Mark chegou aos recém-casados, esqueceu os nomes.
— Gary e Lisa Tolar — disse a jovem. — Estamos em lua de mel.
— Que bela recepção! — brincou Richard, e o casal sorriu.
De repente, a grande janela do salão espatifou-se, espalhan¬do vidro à volta deles. Richard correu, puxando as cortinas sobre a abertura e segurando-as contra a força do vento.
— Mark, na despensa tem martelo, pregos e algumas placas de madeira.
O policial correu, e logo ele e Richard vedavam a janela, decidindo que seria melhor fazer o mesmo com as outras.
Laura varreu os cacos de vidro, enquanto os policiais afas¬tavam os móveis da janela. Richard aproximou-se, mas ela recolheu os cacos, levando tudo para a cozinha, sem fitá-lo.
Havia algo errado, pensou apreensivo. Mas não tinha como ficar sozinho com ela naquele momento. Havia muitas pessoas ali. E não estava sendo fácil para ele ficar no meio delas depois de tanto tempo. Disfarçadamente, escapou para a biblioteca, encontrando Mark no sofá, lendo um livro.
O jovem policial levantou-se, com o rosto muito corado.
— Sinto muito ter entrado sem pedir licença. Mas sua biblioteca é incrível.  Ele fez um gesto na direção das prateleiras.
— Pegue emprestado o que quiser Mark. De que adianta ter tantos livros, se ninguém aproveita?
Richard foi até o pequeno bar, serviu uma dose de conhaque e ofereceu-a ao jovem. Mark agradeceu, mas recusou, alegando estar em serviço.
Sentando-se na poltrona de couro, atrás da escrivaninha, Ri¬chard lembrou-se da noite em que encontrara Laura ali. Queria que a tempestade acabasse logo, para poder levá-la para a cama.
Ao pensar nisso, mexeu-se na cadeira, desconfortável.
— As pessoas tinham medo de você.
— Eu sei.
— E sem motivo.
Richard arqueou uma sobrancelha, mas não disse nada.
De repente, Mark afrouxou a gravata e desabotoou a camisa, mostrando as terríveis cicatrizes de queimaduras que lhe cobriam o peito e o ombro, e que mal podiam ser vistas sob o colarinho.
Richard largou o copo sobre a mesa.
— Estava curioso para saber se eram piores do que as mi¬nhas — disse Mark.
— Acho que são iguais — disse Richard, apontando com um gesto a cadeira a sua frente. — Se não se importa de me dizer, como aconteceu?
O jovem policial sentou-se, abotoou a camisa e começou a contar:
— Naquele tempo eu era casado. Tinha terminado a academia militar fazia dois anos e estava servindo em Orangeburg quando fui chamado para ajudar num incêndio. Era num orfanato para crianças com problemas emocionais. Fui o primeiro a chegar e...
O furacão continuou por mais dois dias, antes de deslocar-se para o norte, deixando um rastro de destruição. Na manhã ensolarada e fria, os hóspedes despediram-se. Laura tinha feito novas amizades e Richard parecia ter criado um forte laço com o jovem policial Mark. Ela estava contente por isso. Ao acordar na manhã seguinte e encontrar Richard preparando o café de Kelly, sentiu uma onda de tristeza invadi-la. Richard não pre¬cisava mais dela. Nem Kelly. A menina estava vestida e pen¬teada, e parecia muito feliz.
— Bom dia — disse Richard, e sua expressão mudou ao fitar os olhos dela.
Laura forçou um sorriso.
— Bom dia para os dois.
Kelly virou-se na cadeira, com um pedaço de bacon na mão. Laura roubou-o com um gesto rápido, beijando o rosto da menina.
— Dormiu bem? — perguntou Richard, enquanto ela se ser¬via de café.
Ela adormecera assim que tinham se deitado e, pela manhã, como sempre fazia, tinha voltado ao próprio quarto. Richard gostaria de poder acordar com ela nos braços.
— Sim. Não percebi que estava tão cansada.
— Você foi incrível — disse ele.
Ela fitou-o por cima da borda da xícara.
— Você também.
Por que os olhos dela estavam tão tristes? Imaginou ele, ao colocar as torradas na frente de Kelly.
Laura forçou-se a terminar o café, embora sua bagagem já estivesse arrumada. Não queria ir, não queria dizer adeus. Mas agora Richard podia cuidar de tudo. O trabalho dela ter¬minara. Katherine Davenport telefonara no dia anterior, avi¬sando que tinha conseguido um novo trabalho.
Era hora de partir. Laura estava arrasada.
— Kelly e eu vamos à cidade. Não quer ir conosco?
— Não. Tenho muitas coisas para arrumar e estou um pouco cansada.
Richard aproximou-se, passando os braços à volta dela.
— Senti falta de você ontem à noite.
Laura apenas assentiu, e ele tentou entender a expressão desolada no rosto dela.
— O que foi?
— Nada que um bom sono não possa curar.
— Por que não volta para a cama? São só oito horas.
— Quem sabe?! — respondeu ela, incapaz de dizer mais nada.
Alguns minutos depois, Richard e Kelly saíam prontos para enfrentar as outras pessoas e desfazer qualquer boato, de uma vez por todas.
Laura lavou a louça do café, preparou algo para o jantar, e chamou um táxi.
Estava parada no cais, lutando contra as lágrimas. Estava dividida. Não queria deixar as duas pessoas que mais amava, mas não tinha escolha. Parte dela lhe dizia para ficar e continuar como estava. Mas seu coração advertia que Richard nunca lhe pedira para ficar, nunca falara sobre o futuro. Depois da experiência com Paul não queria se arriscar.
Richard sabia que era temporário. Seu trabalho terminara.
— Aonde pensa que vai? — disse uma voz atrás dela. Ela endireitou-se, sem se virar.
— Para casa.
— Pensei que estivesse em casa.
A raiva era muito clara na voz dele.
— Não, Richard. Vim para ajudá-lo com Kelly, para inte¬grá-la em sua vida.
— Só isso? E vai me abandonar?
O coração de Laura se apertou ao perceber a dor na voz dele.
— Tenho que ir.
Ele agarrou-a pelo braço, forçando-a a encará-lo.
— Por quê?
— Meu trabalho acabou.
Ele mal podia controlar a raiva.
— É o que Kelly e eu significamos? Apenas mais um emprego?
— Não!
— Então entra em nossas vidas e de repente vai embora? É o que pensa de mim? Um pobre-coitado que precisava de um pouco de ternura? — Ele baixou o tom de voz: — É isso que sentia quando eu a tocava?
— É claro que não. — Uma lágrima escorreu-lhe do rosto.
— Então por que está agindo assim?
— Porque nunca saberei se o que sente é apenas gratidão!
— Por Deus, Laura! — Ele soltou-a, dando um passo para trás. — Sou um homem adulto. Sei o que quero. E quero você.
Ela balançou a cabeça e fitou-o. O coração dele apertou-se ao ver as lágrimas nos olhos dela.
— Como vou saber se não está confundindo suas emoções? Estava sozinho, escondido. Agora está livre, tem sua filha e pode ser um pai de verdade. Como posso ter certeza?
— Porque não preciso mais da sua ajuda. E continuo a sentir a mesma coisa.
Laura piscou, afastando as lágrimas. De repente ele estava bem perto.
— Como pôde duvidar? Preciso de você em meu coração. — Ele acariciou os braços dela, fitando os olhos muito verdes. — Sempre precisarei. Não posso respirar, não posso viver sem você. Por favor, fique.
Ela soluçou as lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Eu te amo! Desde que a vi pela primeira vez. Desde que gritou comigo por me esconder, desde que acarinhou minha filha. Eu estava aprisionado, Laura. Mas amá-la é minha ver¬dadeira liberdade. Por favor, não me mande de volta para a prisão.
Laura sussurrou o nome dele, procurando os olhos azuis e vendo o futuro descortinar-se diante deles.
— Eu te amo — disse baixinho.
— Graças a Deus. — Richard fechou os olhos e suspirou, e ao fitá-la de novo, pediu: — Case comigo, seja minha mulher, minha melhor amiga. Receba o meu nome, tenha uma porção de filhos comigo e me faça o homem mais feliz do mundo. Preciso de você, minha bela.
Ela fitou-o nos olhos.
— Diga sim.
— Está mandando ou pedindo?
— Suplicando.
— Ah, súplicas e esponja de lavar louça, é isso que gosto num homem!
Ele riu, e o som encheu o ar, livre de qualquer dor do passado.
— Eu te amo, Richard Blackthorne — sussurrou os lábios quase tocando os dele, e então se entregou ao beijo apaixonado.
— Ela disse sim, papai?
Laura virou-se e viu Kelly sair do carro e correr para eles, os cabelos escuros flutuando ao vento. Richard pegou a filha no colo, e os dois olharam para Laura.
— Agora vai ser minha mãe? 
Laura olhou para Richard e corou.
— Sim, querida, acho que vou. 
Kelly sorriu feliz.
— Viu, papai, você não precisou ir ao fim do mundo para achá-la.
Laura sorriu lágrimas de alegria inundando-lhe os olhos, enquanto Richard a abraçava, encostando a testa na dela.
— Não, querida. Mas eu teria ido. Com toda certeza.


EPÍLOGO

Um ano depois...

Laura estava fechando a Galeria Blackthorne quando ouviu Richard chamar seu nome. Sor¬rindo, viu que ele descia do carro e caminhava até ela. Tirando a chave da fechadura, ergueu o olhar para ele.
— Olá, querida. Parece cansada. — Ele beijou-a de leve.
— Ah, querido... — Ela apertou-lhe os braços. — Está na hora.
— Na hora de quê?
Ela olhou-o diretamente, apontando a barriga enorme. Richard piscou confuso.
— Agora?
— Bem, do jeito que tive contrações o dia todo, acho que temos uns trinta minutos.
O pânico dominou-o completamente.
— Laura, por que não me chamou?
— Para fazer o quê? Sentar em casa e ficar me olhando? Com minha mãe e minha irmã grudadas em mim?
Era verdade, pensou ele. Aquele bando de mulheres à volta não seria fácil de aguentar.
— Pode andar?
— E até dançar. Quer ver? — provocou ela, ensaiando uns passos.
— Cuidado! Pare com isso. 
Ela riu ao vê-lo tão apavorado.
— Venha. Vamos buscar Kelly.
— Não. O médico primeiro. Dewey pode pegá-la na escola.
— Mas nós prometemos.
— Ela terá que entender. Vamos. — Ele pegou-a pelo braço, mas Laura não se mexeu. — Não vai discutir comigo agora, vai?
— Nós prometemos.
— Por Deus, Laura! Vai ter o meu... O nosso bebê. Temos que ir.
— Algum problema, Sr. Blackthorne? — perguntou o dono da loja vizinha.
Richard olhou-o e respondeu:
— Ela está em trabalho de parto e não quer ir ao médico. — E apontando para Laura, concluiu: — Suas irmãs vão me matar.
— Eu vou. Mas não precisa ter tanta pressa. — Um segundo depois, dobrou-se de dor com mais uma contração. — Acho que é melhor ir. Pelo jeito, seu filho é tão impaciente quanto você.
Richard não esperou mais e erguendo-a nos braços, colocou-a no carro. Do outro lado da rua, o policial Lindsey ligou a moto e se aproximou.
— Que tal uma escolta policial, Richard? — ofereceu.
— Sentado atrás do volante, com as mãos trêmulas, Richard respondeu:
— Obrigado, Mark.
— Não seja ridículo! — disse Laura, sem saber se sentia vergonha ou achava engraçado o policial abrindo caminho para eles, com a sirene ligada. Muitos amigos acenavam da calçada, desejando boa sorte.
Menos de uma hora depois, na pequena clínica, Richard segurava o filho nos braços. Laura praticamente dera à luz na porta do hospital, e agora se sentava na cama, com Kelly ao lado. Colocando o bebê nos braços dela, acomodou-se também na cama, beijando-a na testa. Kelly contava os dedinhos do bebê.
— Eu te amo — sussurrou ele, beijando-a apaixonadamente.
— Obrigado. — Ele colocou um anel na mão direita de Laura, com diamantes, e em seguida outro igual, com pedras azuis.
— Por que outro anel?
— É por Kelly.
As lágrimas inundaram os olhos de Laura, e ao beijá-lo, repetiu quanto o amava, e como jamais poderia ser tão feliz.
Os sonhos dela haviam se tornado realidade, e a prova estava ali, naquele quarto.
Richard abraçou sua família, os longos momentos de escu¬ridão afastados para sempre. Tinha sido um homem amargo, triste, isolado em sua torre. Laura entrara pela porta, forçan¬do-o a viver novamente e a agradecer por todos os presentes que a vida podia dar. Olhando para a mulher e os filhos, ele reconheceu como o amor podia ser maravilhoso e agradeceu pelo dia em que ela entrara em sua jaula e o resgatara. 

Ao amá-la, ficara livre... 

A fera tinha sido salva pela bela e recompensada com seu amor.

F  i  m

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